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Rendas de escritórios deverão sofrer um aumento médio de 3,4% em relação ao ano 2018

Impulsionado pelos baixos níveis de desemprego e pela escassez da oferta. As cidades de Lisboa e Porto irão manter a sua posição muito favorável como destinos top para o estabelecimento de atividades de empresas multinacionais. Destaque para empresas pertencentes ao setor das TMT´s & Utilities e de Business Shared Services.

De acordo com a consultora imobiliária Savills, os valores das rendas de escritórios deverão aumentar em toda a Europa no ano 2019, numa média de 3,4% em relação ao ano anterior. Este aumento será impulsionado pelos baixos níveis de desemprego e pela falta de produto prime. Segundo a consultora imobiliária internacional, vários ocupantes optaram por procurar resposta às suas necessidades de ocupação através de modalidades de escritórios flexíveis, seja como forma de lidar com a falta de disponibilidade imediata, seja devido à incerteza política atual.

 

Segundo Rodrigo Canas, Associate Director, Offices Department da Savills Portugal: “O mercado de escritórios nacional não foge à regra do cenário expectável europeu em 2019. As cidades de Lisboa e Porto irão manter a sua posição muito favorável como destinos top para o estabelecimento de atividades de empresas multinacionais, com destaque para empresas pertencentes ao setor das TMT´s & Utilities, e em particular para as atividades de Business Shared Services. A realidade da falta de oferta prime irá manter-se ao longo do ano e produzirá efeitos nas rendas praticadas, que deverão registar aumentos ao nível das rendas médias, sendo que um aumento significativo da renda prime só se fará sentir com a entrada da nova oferta prevista nos próximos dois anos. Por outro lado, será também um ano em que os proprietários de edifícios com características obsoletas, serão postos à prova e estarão em competição com outros modelos de ocupação mais atuais, como por exemplo de co-working, adaptadas às novas formas de organização e de trabalho”

 

Mike Barnes, Associate, European Research, da Savills afirma: “ Em toda a Europa, a melhoria do contexto económico criará mais postos de trabalho em ambiente de escritório e aumentará a procura de novos espaços para escritórios, particularmente instalações de elevada qualidade em boas localizações.” Segundo a Oxford Economics, prevê-se a criação de 2,8 milhões de empregos adicionais na EU-28 ao longo dos próximos 5 anos, o que representa um crescimento de 4,4%, com a Suécia (8,5%) e a Dinamarca (8,2%) a liderarem o crescimento mais elevado de emprego.

 

“Nos países membros da União Europeia, a Área de Ciências e Tecnologia será o setor de empregos de escritórios que mais irá crescer no ano 2019. Com um aumento esperado de 1,8%, serão criados aproximadamente 280.000 empregos adicionais nos próximos doze meses, exercendo uma pressão crescente sobre as rendas, à medida que a concorrência por espaços prime se intensifica. Berlim verificou mais de 15% de crescimento médio de arrendamento prime em 2018, seguido por Oslo (10,9%) e Paris (9,7%). Antecipamos que os escritórios de primeira linha em Milão, Frankfurt, Barcelona e Dublin, em particular, fiquem ainda mais caros para os ocupantes em 2019, com aumentos de 9,1%, 6,6%, 6,4% e 6,3%, respetivamente.

 

Eri Mitsostergiou, Director, European Research da Savills, acrescenta: “A taxa de disponibilidade média situava-se em 6,1% no 3º trimestre 2018, abaixo dos 6,9% no final de 2017, e estimamos que tenha caído para 5,9% no final de 2018. Berlim (1,4%), Hamburgo (4,5%), Munique (2,5%), Estocolmo (3,0%) praticamente não têm espaços de escritórios disponíveis. Como resultado, esperamos que em 2019, os valores das rendas nestas cidades em particular, continuem a subir acima da média este ano.”

 

“2018 foi mais um ano forte para o setor de Tecnologia, Media e Telecomunicações (TMT) em todo o mercado de escritórios europeu. O setor das TMT´s foi responsável por cerca de 17% do total de vendas de escritórios no ano passado, acima dos 15% registados no ano 2017. Dublin tem sido um dos principais impulsionadores desta realidade, com 90.000 m² ocupados por empresas de base tecnológica, representando 45% do volume total de absorção da cidade. Um total de 69 mil milhões de euros de capital de risco de tecnologia foram investidos em toda a Europa durante 2018, o que representa um aumento de 129% em relação aos 30 mil milhões de 2017, e esperamos que esse crescimento continue em 2019. ”

 

Jeremy Bates, EMEA Head of Occupational Markets da Savills, diz: “ Para a maioria das empresas, o ambiente de trabalho é essencial para a atração e retenção de talentos, pelo que a competição pela ocupação dos melhores edifícios continuará em 2019. Como resultado, esperamos mais um ano de indicadores fundamentais de mercado, como o aumento do valor dos arrendamentos e incentivos reduzidos em muitos dos principais mercados europeus, favorecendo os proprietários, enquanto os ocupantes irão precisar de traçar um plano de negócios prospetivo e considerarem soluções flexíveis.”

 

“As expectativas dos arrendatários quanto a serviços, condições e flexibilidade colocarão pressão nos proprietários mais tradicionais, para que evoluam e consigam competir com os operadores de escritórios flexíveis em expansão”.

 

 

 

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